Audiência pública discute implantação do curso de Letras-Libras na UFCA

Letras Libras

Audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira, 10, no campus Juazeiro, discutiu a implantação do curso de Letras-Libras na Universidade Federal do Cariri. O encontro teve as participações de representantes da comunidade surda do Cariri, Instituto Transformar, IFCE e Senac, intérpretes de Libras e professores. A mesa foi formada pela pró-reitora de Ensino da UFCA, Ana Candida, pelo presidente do IISCA, Márcio Mattos, pelo professor de Libras da UFCA, Mardônio Oliveira e Gina Petterson, do Instituto Transformar, que desenvolve atividades com a comunidade surda do Cariri.

De acordo com a pró-reitora de ensino, professora Ana Candida de Almeida Prado, a criação de um curso de Libras na UFCA já era pensada internamente. “A acessibilidade é um direito de todos e as discussões em torno dessa questão já têm cerca de três anos”, afirma. Presidente do Instituto Interdisciplinar de Sociedade, Cultura e Artes, da UFCA, professor Márcio Mattos, lembra que o desejo se tornou ainda maior a partir da implantação da Coordenadoria de Acessibilidade da UFCA.

Já para a representante do Instituto Transformar, Gina Petterson, a criação do curso de Letras-Libras oportuniza aos surdos conhecer ou ampliar o que já sabem sobre a sua língua. “Muitos surdos estão estudando e não conhecem a Libras e esse curso é importante para os surdos e para aqueles que querem ser intérpretes, e a UFCA é ideal para isso”, declara.

Para os professores de Libras Mardônio Oliveira, da UFCA, e Alex Cassimiro, o Cariri pode se tornar um polo para esta temática com a criação do curso de Letras-Libras. “Hoje, quem quer se profissionalizar precisa viajar para grandes centros e acaba gastando muito. Por isso a importância de um curso aqui no Cariri. O interior precisa de cursos como esse”, reitera Cassimiro.

Implantação

Segundo a professora Ana Candida, a criação de cursos na UFCA depende de algumas etapas que perpassam a estrutura de espaço de salas de aulas e laboratórios, à contratação de professores, servidores e intérpretes. “Nós temos que trabalhar em três frentes: o projeto pedagógico do curso, que está sendo construído pelos professores; tem um trâmite interno dessa construção até registrar o curso no MEC; e é preciso já ter a perspectiva da infraestrutura física e humana, ou seja, qual o número de docentes, servidores, os intérpretes, e também a infraestrutura em si”.

Entre as etapas, um concurso público deve ser realizado para a contratação de profissionais. A pró-reitora de ensino lembra, contudo, que o Governo Federal tem promovido cortes em suas despesas que atingiram a educação e podem afetar a criação de novos cursos, como o de Letras-Libras, e outros nove que já foram anunciados. “Temos um trabalho interno, mas dependemos de recursos externos e a gente pede a sensibilização dos governos municipal, estadual e federal”, pontua a professora.

Comunidade surda no Cariri

Na região do Cariri existem cerca de 17 mil pessoas com alguma deficiência auditiva. Entidades, como o Instituto Transformar (INTRA) atuam por meio de serviços para esta comunidade, como reforço escolar, alfabetização em Libras para famílias de surdos e pessoas que tenham interesse, e outras atividades como teatro, informática, esportes, acompanhamentos psicológicos e psicossociais, e ainda a capacitação de intérpretes que podem atuar, por exemplo, em salas de aula.

Fonte: UFCA – Letras Libras

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