Por Beto Fernandes
Com o transcurso do Dia do Surdo em 26 de setembro, na condição de homem de imprensa resolvi ser colaborador do Instituto Transformar, após conhecer o belo trabalho desenvolvido, convidado que fui pelos irmãos José Cláudio e Cleide Barbosa, quando enviei release párea boa parte dos amigos da imprensa local e regional.
Isso, como o amigo leitor verá nas próximas postagens, resultou numa série de matérias na imprensa como nos jornais Diário do Nordeste, do Cariri e o Regional, rádios Tempo e Vale FM e TV Verde Vale. O site INFORME CARIRI também propagou o trabalho assim com em MINHA REVISTA, no BLOG DO JUAZEIRO e na REDE DE BLOGS DO CARIRI.
Inicialmente leia a matéria de divulgação.
INCLUSÃO SOCIAL
INTRA realiza trabalho com surdo em Juazeiro
O Instituto Transformar (INTRA) é uma ONG com sede em Juazeiro do Norte que está realizando um importante trabalho de inclusão social junto a portadores de necessidades especiais auditivas. O Presidente do Instituto Luzenilton Neves de Oliveira explicou o real objetivo do trabalho social. “Nós temos buscado aqui no INTRA resgatar surdos mudos para deixá-los aptos a usar a linguagem de sinais e principalmente mostrar que todos têm potencialidades que podem ser desenvolvidas e conseqüentemente melhor aproveitados na sociedade”.
No INTRA os surdos mudos participam de cursos profissionalizantes como de bijuteria, culinária, artesanato e informática básica. Eles também têm reforço para a educação de jovens e adultos. “Nossa grande expectativa agora é de iniciar curso de música para alguns surdos. Eles podem perfeitamente aprender e praticar música a partir das partituras” enfatizou o presidente da ONG. Ele ressaltou que o Instituto Transformar precisa de mais apoio, principalmente dos poderes constituídos.
TRABALHO VOLUNTÁRIO
A coordenadora Social do INTRA é Cleide Barbosa, acadêmica do curso de Serviço Social da Faculdade Leão Sampaio. Ela informou que todo o trabalho é feito de forma voluntária. “As pessoas que atuam aqui são professores pela manhã, trabalhando como intérpretes emescolas da rede municipal e à tarde ajudam nas atividades do INTRA”, destacou. Segundo Cleide é necessária uma maior organização e mobilização dos integrantes para conseguir efetivo apoio do Poder Público. “Nós precisamos nos organizar mais, admito. Ainda não conseguimos nosso registro no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e falta uma maior divulgação para população conhecer e reconhecer nosso trabalho e principalmente os resultados obtidos”, disse a coordenadora social do Projeto.
“Essa é a primeira vez que estamos realmente sendo procurados por um canal de comunicação e somos gratos por isso, para divulgar o nosso trabalho”, frisou Cleide ao O Regional, aproveitando para divulgar a realização de 21 a 27 deste mês da Semana Nacional do Surdo Mudo. “Conseguimos uma parceria com o município e no Memorial Padre Cícero realizaremos uma série de eventos para mostrar as barreiras e adversidades que estão sendo vencidas pelos surdos e mudos de nossa cidade. A programação constará de palestras e exposições dos trabalhos desenvolvidos por eles aqui no INTRA”, informou a medida que convidou toda a população.
COMO COLABORAR
Qualquer do povo pode colaborar com o Instituto Transformar, seja de forma financeira ou com trabalho voluntário, A única exigência é que inicialmente faça o curso Pró-LIBRAS, que é o básico na linguagem de sinais para os surdos e mudos. “Toda ajuda é bem vinda. Nós atendemos 98 surdos e mudos, mas há 220 devidamente cadastrados que participam em festas, reuniões e assembléias. É preciso certa estrutura para atender todas estas pessoas com material didático, de trabalho e de refeição, já que servimos lanches aqui”, lembrou Cleide Barbosa. Esse número é considerável em termos de atendimento pela estrutura ainda pequena do INTRA, mas em Juazeiro há mais de 9 mil portadores de necessidades especiais auditivas, segundo o IBGE.
Uma intérprete passou a nossa reportagem o pensamento de José Alex de Sousa, surdo e mudo e aluno do ensino médio sobre como tem vencido desafios a partir do acompanhamento no INTRA. Usando a linguagem de sinais Alex, disse que participar do Instituto Transformar tem sido uma experiência muito positiva porque “tem desenvolvido sua capacidade, coisa que nem mesmo ele sabia ser capaz de fazer, e tem inclusive, ajudado outras pessoas com o mesmo problema que ele”. Alex admitiu também que sofre preconceito por ser surdo e mudo, mas que tem aprendido “a enfrentar e vencer esse preconceito que parte de pessoas desprovidas de educação e de cultura”. Ainda assistidos pelo INTRA há alunos no curso de Administração da Leão Sampaio e vários no curso médio preparando-se para prestar vestibular.
O trabalho com surdos mudos no Brasil foi iniciado em 1966 e no Ceará em 1978. Em Juazeiro do Norte, especificamente, a atividade começou em 1999 com o casal John Peterson e Iva Jean Peterson, missionários norte-americanos. Ela estava entre os alunos do INTRA e com um largo sorriso disse que era uma realização pessoal e cristã “conviver diariamente com eles mostrando que todos são capazes de viver com absoluta normalidade na sociedade”.